A
Crônica Anglo-Saxônica ou
Crônica Anglo-Saxã (
Anglo-Saxon Chronicle, em
inglês) é um conjunto de
anais em
inglês antigo que narram a história dos
anglo-saxões. O
manuscrito original das crônicas foi escrito no final do
século IX, provavelmente em
Wessex, durante o reinado de
Alfredo, o Grande. Várias cópias foram posteriormente feitas e distribuídas a vários
mosteiros ao redor da Inglaterra, onde foram atualizados de forma independente.
Apenas nove manuscritos sobreviveram no todo ou em parte, mas nem todos têm igual valor histórico e nenhum é a versão original. O mais antigo parece ter sido iniciado no final do reinado de Alberto, e o mais antigo foi escrito na Abadia de Peterborough depois de um incêndio ter atingido o monastério em 1154. Quase todo o material das crônicas está no formato de anais, por ano. Para alguns períodos e lugares, porém, a crônica é a única fonte de informação sobrevivente. Contém registros que vão do ano 1 d.C. a
1154; dois dos manuscritos registram, ademais (com a data, incorreta, de 60 a.C.), a invasão da Grã-Bretanha por
Júlio César. O título "anglo-saxônica" parece ter sido dado posteriormente, já que a primeira edição impressa (1692) intitulava-se
Chronicum saxonicum.Após a compilação original da crônica, diversos mosteiros receberam uma cópia e a atualizavam de maneira independente, por vezes registrando algo de importância local (e.g., a fertilidade da colheita) e ignorando eventos políticos mais distantes. A combinação dos anais individuais permite aos historiadores compreender o quadro geral dos eventos passados nos
reinos anglo-saxões e constitui a primeira história escrita por europeus no vernáculo - neste caso, o
inglês antigo ou anglo-saxão.