A
Escola Austríaca (também conhecida como
Escola de Viena) é uma
escola de pensamento econômico que enfatiza o poder de
organização espontânea do mecanismo de preços. A Escola Austríaca afirma que a complexidade das escolhas humanas subjetivas faz com que seja extremamente difícil (ou
indecidível) a modelação matemática do mercado em evolução e defende uma abordagem
laissez-faire para a economia. Os defendem a estrita aplicação rigorosa dos acordos contratuais voluntários entre os agentes econômicos, e afirmam que transações comerciais devam ser sujeitas à menor imposição possível de forças que consideram ser
coercivas (em particular a menor quantidade possível de intervenção do
governo).
A Escola Austríaca deriva seu nome de seus fundadores e adeptos iniciais predominantemente
austríacos, incluindo
Carl Menger,
Eugen von Böhm-Bawerk e
Ludwig von Mises. Outros proeminentes economistas da Escola Austríaca do século XX incluem
Henry Hazlitt,
Israel Kirzner,
Murray Rothbard, e o ganhador do
Prémio de Ciências Económicas Friedrich Hayek. Embora chamados de "austríacos", os atuais defensores da escola austríaca podem vir de qualquer parte do mundo. A Escola Austríaca foi influente no início do século XX e foi por um tempo considerada por muitos como sendo parte do pensamento econômico dominante (ou economia
mainstream). Contribuições austríacas ao
mainstream incluem ser uma das principais influências no desenvolvimento da
teoria do valor neoclássica, incluindo a teoria do valor subjetivo em que se baseia, bem como as contribuições para o debate sobre o
problema do cálculo econômico, que diz respeito à propriedades de alocação de uma
economia planificada versus as propriedades de alocação de uma
economia de livre mercado descentralizada. A partir de meados do século 20 em diante, foi considerada uma escola
heterodoxa, e atualmente contribui relativamente pouco para o pensamento econômico dominante. No entanto, algumas afirmações de economistas da Escola Austríaca foram interpretados por alguns como avisos sobre a crise financeira de 2007-2009, que por sua vez levou ao interesse renovado em teorias da Escola.
Economistas da Escola Austríaca defendem estrita observância do
Individualismo metodológico, que eles descrevem como a analise da ação humana a partir da perspectiva dos
agentes individuais. Economistas da Escola Austríaca argumentam que o único meio de se chegar a uma teoria econômica válida é derivá-la logicamente a partir dos princípios básicos da ação humana, um método denominado
praxeologia. Este método sustenta que permite a descoberta de leis econômicas fundamentais válidas para toda a ação humana. Paralelamente a praxeologia, essas teorias tradicionalmente defendem uma abordagem interpretativa da história para abordar acontecimentos históricos específicos. Além disso, enquanto economistas freqüentemente utilizam experimentos naturais, os economistas austríacos afirmam que testabilidade na economia é praticamente impossível, uma vez que depende de atores humanos que não podem ser colocados em um cenário de laboratório sem que sejam alteradas suas possíveis ações. Economistas pertencentes ao
mainstream acreditam que a metodologia adotada pela moderna economia austríaca carece de
rigor científico; Os críticos argumentam que a abordagem austríaca falha no teste de
falseabilidade.