A
história do exército romano descreve as principais transformações cronológicas da organização e constituição das
forças armadas da
Roma Antiga, as quais foram qualificadas como "
a instituição militar mais efetiva e duradoura conhecida da história". Das suas origens, por volta de até a
queda do Império Romano do Ocidente em , a estrutura militar de Roma atravessou uma série de mudanças estruturais de grande envergadura. A grandes traços, as armas romanas dividiam-se em
exército e
marinha, se bem que estes dois ramos eram menos diferenciados que nos exércitos nacionais atuais.
Após um período proto-histórico do qual não resta informação escrita, a estrutura do exército romano pode ser generalizada através de uma série de fases históricas. Inicialmente, o exército romano consistia numas levas anuais de cidadãos que prestavam o
serviço militar como parte dos seus deveres. Durante este período, o exército romano enfrentou principalmente adversários locais em campanhas sazonais. À medida que os territórios controlados por Roma se expandiam, e que o tamanho das cidades se incrementava, os exércitos da Roma Antiga foram profissionalizando-se, assalariando os seus soldados. Como consequência, os serviços militares dos níveis mais baixos da sociedade tornaram-se cada vez de mais longo prazo. As unidades militares desse período eram muito homogêneas e eram muito reguladas. O exército consistia em unidades de infantaria romana, conhecidas como
legiões, bem como tropas aliadas formadas por não romanos conhecidas como
tropas auxiliares (
auxilia). Esta última costumava ser chamada para que provesse ao exército de
infantaria ligeira ou de
cavalaria, formando as legiões o núcleo de
infantaria pesada.
Na terceira fase do desenvolvimento militar, as forças tinham se encomendado manter e segurar as fronteiras das províncias sob controle romano, bem como da própria
península Itálica. As ameaças estratégicas eram em geral menos sérias neste período, e a ênfase foi posta na preservação do território já conquistado. O exército evoluiu para a nova situação e tornou-se mais dependente das guarnições estáveis, e menos dos acampamentos itinerantes e das operações de campo contínuas. Na fase final, o serviço militar continuou assalariado e profissional para as tropas regulares. Contudo, a tendência a empregar aliados ou tropas mercenárias expandiu-se até o ponto de que estas acabaram representando uma proporção muito substancial das forças romanas. Ao mesmo tempo, a estrutura do exército romano tornou-se mais complexa: os soldados da época variavam dos
arqueiros montados e muito pouco armados até a infantaria pesada, em regimentos de muito variável tamanho e qualidade. Isto foi acompanhado de uma importância cada vez maior da cavalaria frente à infantaria, assim como uma recuperação da importância da mobilidade.