Antônio Filipe Camarão (local incerto,
c.
1580/
1600 Recife,
24 de agosto de
1648) foi um
indígena brasileiro da tribo
potiguar, nascido no início do
século XVII no bairro de
Igapó, na cidade de
Natal, na então
Capitania do Rio Grande (hoje, o estado do
Rio Grande do Norte). Tinha, como nome de nascença,
Poti ou
Potiguaçu, nomes
tupis que significam, respectivamente, "camarão" e "camarão grande". Ao ser batizado e convertido ao
catolicismo em 1614, recebeu o nome de Antônio e adotou o "Filipe Camarão" em homenagem ao soberano
dom Filipe II (1598-1621).
Educado pelos
jesuítas, era ele, segundo frei Manuel Calado, "destro em ler e escrever e com algum princípio de
latim"; considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do português, "era tão exagerado em suas coisas, que, quando fala com pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "mui cortesão em suas palavras e mui grave e pontual, que se quer mui respeitado".