Filosofia da linguagem comum ou
filosofia da linguagem ordinária ou, ainda,
filosofia da linguagem cotidiana (em
inglês,
ordinary language philosophy) são denominações de um movimento
filosófico que tem como pressuposto metodológico a ideia de que os problemas filosóficos tradicionais resultam de confusões conceptuais. Segundo seus adeptos, os filósofos frequentemente incorrem nessas confusões por distorcer ou desconsiderar o que as palavras realmente significam na linguagem cotidiana.
Essa abordagem requer tipicamente uma atenção a detalhes no emprego de palavras e expressões da
língua natural. Também chamada de “Filosofia de Oxford”, essa orientação é associada às obras de vários filósofos que trabalhavam e ensinavam em
Oxford em meados do século XX. Entre eles, destacam-se
J. L. Austin,
Gilbert Ryle e
Peter Strawson. Fora do círculo de Oxford, o trabalho tardio de
Wittgenstein é o exemplo mais destacado de filosofia da linguagem comum.
A referência à linguagem comum marca o contraste com concepções anteriores sobre o papel da linguagem na resolução de problemas filosóficos. Se para os filósofos do período clássico da
análise filosófica (
Frege,
Russell, os
positivistas lógicos) os problemas teriam de ser resolvidos por linguagens artificiais – mais precisas e exatas que a linguagem natural –, a ênfase do segundo Wittgenstein e dos filósofos de Oxford concentra-se nos conceitos tal como forjados pelos falantes da língua em situações concretas de uso das palavras.