Hermes era, na
mitologia grega, um dos
deuses olímpicos, filho de
Zeus e de
Maia, e possuidor de vários atributos. Divindade muito antiga, já era cultuado na história pré-
Grécia antiga possivelmente como um deus da
fertilidade, dos rebanhos, da
magia, da
divinação, das estradas e viagens, entre outros atributos. Ao longo dos séculos seu
mito foi extensamente ampliado, tornando-se o mensageiro dos deuses e patrono da
ginástica, dos ladrões, dos
diplomatas, dos
comerciantes, da
astronomia, da
eloquência e de algumas formas de
iniciação, além de ser o guia das almas dos mortos para o reino de
Hades, apenas para citar-se algumas de suas funções mais conhecidas. Com o domínio da Grécia por
Roma, Hermes foi assimilado ao deus
Mercúrio, e através da influência egípcia, sofreu um
sincretismo também com
Toth, criando-se o personagem de
Hermes Trismegisto. Ambas as assimilações tiveram grande importância, criando rica tradição e perpetuando sua imagem através dos séculos até a contemporaneidade, exercendo significativa influência sobre a cultura do ocidente e de certas áreas orientais em torno do
Mediterrâneo, chegando até à
Pérsia e à
Arábia.
As primeiras descrições literárias sobre Hermes datam do
período arcaico da Grécia, e o mostram nascendo na
Arcádia. Já no primeiro dia de vida realizou várias proezas e exibiu vários poderes: furtou cinquenta vacas de seu irmão
Apolo, inventou o fogo, os
sacrifícios, sandálias mágicas e a
lira. No dia seguinte, perdoado pelo furto das vacas, foi investido de poderes adicionais por Apolo e por seu pai Zeus, e por sua vez concedeu a Apolo a arte de uma nova música, sendo admitido no
Olimpo como um dos grandes deuses. Mais tarde inúmeros outros escritores ampliaram e ornamentaram sua história original, tornando-o até um
demiurgo, e surgiram múltiplas versões dela, não raro divergentes em vários detalhes, preservando-se porém suas linhas mais características. Foi um dos deuses mais populares da
Antiguidade clássica, teve muitos amores e gerou prole numerosa. Com o advento do
Cristianismo, chegou a ser comparado a
Cristo em sua função de intérprete da vontade do
Logos. As figuras de Hermes e de seu principal distintivo, o
caduceu, ainda hoje são conhecidas e usadas por seu valor simbólico, e vários autores o consideram a imagem tutelar da cultura ocidental contemporânea.