A
República Rio-Grandense, também conhecida como República de Piratini, foi um
Estado-nação não-reconhecido formado no extremo sul do
Império do Brasil, em território equivalente ao atual
estado do
Rio Grande do Sul. O período constituiu sendo a mais longa revolta brasileira da qual se tem conhecimento. Foi proclamada em
11 de setembro de
1836, pelo general
Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por forças oligárquicas gaúchas na
Batalha do Seival (1836), durante a
Revolução Farroupilha (1835-1845). No entanto, o objetivo principal nunca foi proclamar um estado-nação próprio, e, portanto, separado do
Estado brasileiro, mas sim mostrar ao Império do Brasil que as
oligarquias gaúchas não estavam nem um pouco satisfeitas com os altos impostos.
A
bandeira oficial da República Rio-Grandense era composta pelas cores
verde,
amarelo e
vermelho. Há duas versões para o motivo da composição da bandeira: uma versão explica que seriam as cores-
símbolos do
Brasil, o
verde-
amarelo, com o
vermelho, que simboliza a
república, entrecortando as mesmas; outra versão explica que o verde representava a mata dos pampas, o vermelho o ideal revolucionário, e o amarelo as riquezas do território gaúcho; e uma outra versão diz tratar-se o verde da bandeira
portuguesa e o amarelo da bandeira
espanhola (respectivamente, o mais importante
colonizador e o segundo mais importante colonizador do território do estado do Rio Grande do Sul), entrecortados pela listra vermelha em vertical que seria símbolo de
federação na região
platina desde a época de
José Gervásio Artigas (1764-1850). No entanto, o verde só seria adicionado à
bandeira portuguesa em 1910, 65 anos depois do término da Revolução Farroupilha, o que descarta esta última versão. Da mesma forma, a atual
bandeira do estado do Rio Grande do Sul vem a ter as mesmas cores, tendo sido adicionado o
brasão da República Rio-Grandense no meio da bandeira.
Os principais líderes sul-rio-grandenses eram
estancieiros, que estavam insatisfeitos com os altos
impostos sobre o
charque e o
couro, de modo que os mesmos produtos estrangeiros fossem mais baratos que os nacionais. A
Constituição da República Rio-grandense foi aprovada em
1843, em
Alegrete. No entanto, as
oligarquias gaúchas se consideravam
brasileiras, ainda que tivessem se rebelado por essa disparidade econômica. O mesmo acontecia com a população do Rio Grande do Sul, que também se considerava brasileira, ainda que tenham sido convencidos a lutar em favor dos estancieiros gaúchos, em função dos altos impostos sobre o charque e o couro, que prejudicavam diversos setores da
economia local. Entre as principais cidades da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul que não aderiram aos revoltosos, está
Porto Alegre, que por esse motivo recebeu do
Império o título de "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre", seu
lema oficial até hoje.