Tom, na
linguística, é um traço
supra-segmental que diz respeito à variação da
altura do
som de determinado
fonema ou
sílaba emitidos durante a fala. Se um tom for substituído por outro numa sílaba, embora mantendo a composição segmental, obtém-se uma alteração de significado. De maneira análoga, a altura do som se refere à
entoação, que trata, no entanto, não de variações a nível silábico e sim da curva melódica de todo um enunciado. Cada uma dessas variações tônicas do fonema podem ser chamados de
tonemas.
Em alguns
idiomas do mundo, como o
chinês e outras línguas do
Extremo Oriente, o tom caracteriza uma distinção entre palavras que seriam, de outro modo, homófonas; são as
línguas tonais. Entre as
línguas indo-européias, o
sueco, o
norueguês, o
servo-croata, o
punjabi, e alguns dialetos do
neerlandês e
esloveno podem ser considerados idiomas tonais. No
português o tom não possui valor distintivo - ao contrário da entonação, onde a tradição estabeleceu que o tom ascendente caracteriza as frases interrogativas, o tom constante as afirmações, enquanto uma curva descendente indica um comando. O português, como todos os idiomas, utiliza-se da altura para alterar a entonação da frase, exprimindo assim
emoção e outras informações paralinguísticas, bem como a idéia de ênfase, ou contraste.
No chinês, os tons se distinguem pela sua forma (contorno), a maioria das sílabas possui seu próprio tom, as palavras tendem a ser curtas, e a maioria é diferenciada apenas pelo tom. A variação tonal quase não tem papel gramatical. Já em diversas línguas tonais
africanas, como a maior parte das
línguas bantas, os tons são distinguidos por seu nível relativo, as palavras são mais compridas, existem menos
pares tonais mínimos e o mesmo tom é constante em toda a palavra, em vez de tons diferentes para cada sílaba. Frequentemente informações gramaticais, como os conceitos de
pretérito e presente, "eu" e "você", positivo e negativo, são expressos apenas através do tom.