O
xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas,
mágicas,
religiosas (animista, primitiva), e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos. Essencialmente técnicas de contato com o
sagrado ou
êxtase e, como analisa
Jerome Rothenberg (1951-2010), utilizando uma linguagem, de certo modo precursora, do que conhecemos como
poesia, uma criação de circunstancias linguísticas especiais como a
canção e a
invocação.
A palavra xamã vem do russo - tungue
saman - e corresponde à práticas dos povos não
budistas das regiões
asiáticas e
árticas especialmente a
Sibéria (região centro norte da Ásia). Apesar, como assinala
Mircea Eliade da especificidade dessas práticas na região (em especial as técnicas do êxtase dos tungues, iacutes, mongóis, turco-tártaros etc.), não existe contudo, origem histórica ou geográfica para o xamanismo como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador . Outros nomes para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros,
magos,
curandeiros e
pajés.
Antropólogos discutem ainda na definição xamanismo a experiência biopsicossocial do
transe e
êxtase religioso, bem como as implicações sociais da definição do xamanismo como fato social. É considerado uma tradição equivalente à
magia enquanto prática individualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência cotidiana (agricultura, caça, medicina, etc.) ou ao
fenômeno religioso, abstrato, coletivo, normatizador.