Anglicanismo é a designação de uma tradição dentro do
Cristianismo que inclui a
Igreja da Inglaterra e outras igrejas historicamente ligadas àquela ou que têm crenças, práticas e estruturas semelhantes. O termo
Anglicano tem origem em
ecclesia anglicana, uma expressão
medieval latina datada de, pelo menos, 1246, e que significa
Igreja Inglesa. Os adeptos do Anglicanismo são designados por
Anglicanos. A grande maioria dos Anglicanos é membro de igrejas que fazem parte da
Comunhão Anglicana internacional. Contudo, existem algumas igrejas fora da Comunhão Anglicana, que se consideram também Anglicanos, em particular aqueles que se designam por igrejas do Movimento Anglicano Contínuo.
A fé dos Anglicanos tem por base as escrituras, as tradições da
Igreja Apostólica, e da
sucessão apostólica ("episcopado histórico") e dos Pais da Igreja iniciais. O Anglicanismo é um dos ramos do
Cristianismo ocidental; declarou a sua independência do
pontificado romano no período da Regulamentação religioso de Isabel I, o qual é designado por
monasticismo britânico. Muitos dos formulários anglicanos de meados do século XVI são semelhantes àqueles do
Protestantismo reformado contemporâneo. Estas reformas na Igreja de Inglaterra foram vistas pelo
Arcebispo da Cantuária,
Thomas Cranmer, como um meio termo entre duas das tradições Protestantes emergentes, nomeadamente o
Luteranismo e.
Calvinismo. No final do século, a manutenção no Anglicanismo de muitas formas litúrgicas tradicionais, e o episcopado, eram vistas como inaceitáveis por aqueles que divulgavam os princípios do Protestantismo.
Na primeira metade do século XVII, a Igreja de Inglaterra e outras igrejas episcopais associadas na
Irlanda e nas colónias inglesas na
América, foram apresentadas por teólogos Anglicanos como tendo uma tradição cristã diferente, com teologias, estruturas e formas de oração que representavam um meio termo diferente, ou
via media, entre a Reforma Protestante e o Catolicismo Romano — uma perspectiva que se tornaria muito influente nas teorias da identidade Anglicana, e foi expressa na descrição "Catholic and Reformed". No seguimento da
Revolução Americana, as congregações Anglicanas nos
Estados Unidos e no
Canadá foram ambas reorganizadas em igrejas autónomas com os seus próprios bispos e estruturas autónomas; estas, com a expansão do
Império Britânico e a atividade das
Missões Cristãs, foram adaptadas como modelo a muitas recém-criadas igrejas, em particular em
África,
Australásia e nas regiões do
Pacífico. No século XIX, o termo
Anglicanismo era utilizado para descrever a tradição religiosa comum destas igrejas; a
Igreja Episcopal Escocesa, embora com origem na
Igreja da Escócia, acabou por ser reconhecida como também partilhando da mesma identidade comum.