Numa
planta, o
apoplasto é o nome dado ao conjunto dos compartimentos existentes exteriormente à
membrana plasmática, onde ocorre
difusão simples. É interrompido pelas
bandas de Caspari, por espaços preenchidos por ar entre as células e pela
cutícula da planta. Estruturalmente, o apoplasto é formado pelo contínuo de
paredes celulares de células adjacentes, assim como pelos espaços extracelulares, formando um compartimento comparável ao
simplasto. A rota apoplástica facilita o transporte de água e de solutos através de um tecido ou órgão (Cambell and Reece, 2002). A este processo é dado o nome de
transporte apoplástico.
A apoplasto desempenha um papel importante nos processos de comunicação da planta com o meio ambiente. A principal fonte de carbono para a planta, o
dióxido de carbono, necessita de se solubilizar no apoplasto antes de ser transportado para dentro do
cloroplasto e consumido durante a
fotossíntese. Nas
raizes, os iões difundem-se para o apoplasto da
epiderme, antes de serem transferidos para o simplasto com auxílio de canais iónicos e antes de serem transportados pela planta devido à corrente de transpiração.
De maneira similar, todas as moléculas gasosas emitidas ou recebidas pela planta, tais como hormonas vegetais ou feromonas, têm que passar pelo apolasto. O apoplasto é também local para comunicação célula a célula. Durante estresse oxidativo local, o
peróxido de hidrogénio e o anião superóxido podem-se difundir pelo apolasto e transportar um sinal de alerta para as células vizinhas. Em adição a isto, uma alcalinização local do apoplasto devido ao stress indicado, poderá ser difundido num tempo de minutos, para o resto da planta, através do
xilema, desencandeando uma
resistência sistémica adquirida (Felle et al., 2005).