Cogito, ergo sum significa "
penso, logo sou"; ou ainda
Dubito, ergo cogito, ergo sum: "
Eu duvido, logo penso, logo existo", (em
latim, quando não funciona como verbo de ligação, o verbo
sum - ser/estar - pode ser traduzido como 'haver', ou 'existir', com um sentido aproximado da sua ocorrência na construção "
Era uma vez uma princesa...", equivalente aproximada de "
Existiu, certa vez, uma princesa..."). A citação é uma conclusão do
filósofo e
matemático francês Descartes alcançada após duvidar da sua própria existência, mas comprovada ao ver que pode pensar e, desta forma, conquanto sujeito, ou seja, conquanto ser pensante, existe indubitavelmente.
Descartes pretendia fundamentar o
conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento
medievais, cujas bases não eram claras e distintas). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro (utilizando-se assim do
ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética). Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões
logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia
porque pensava.
A frase "Cogito, ergo sum" aparece na tradução latina do trabalho escrito por Descartes,
Discours de la Méthode (
1637), escrito originariamente em francês e traduzido para latim anos mais tarde. O trecho original era "
Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j'existe" e, em outro momento, "
je pense, donc je suis". Apesar de Descartes ter usado o vocábulo "logo" (donc), e portanto um raciocínio semelhante ao
silogismo aristotélico a ideia de Descartes era anunciar a verdade primeira "eu existo" de onde surge todo o desejo pelo conhecimento.