Eira (do latim
area — área, pedaço de terra) é um espaço plano com um
chão duro, de dimensões variáveis, onde os
cereais, eram malhados e peneirados, depois de colhidos, com vista a separar a
palha e outros
detritos dos
grãos de cereais. Sua origem está ligada ao advento da
agricultura e o consequente cultivo dos
cereais, onde desenvolveram-se várias técnicas, ferramentas e instalações especificas.
A expressão remonta aos anos 1500 em
Portugal e dava nome ao terreiro ao lado das casas onde eram recolhidos os
cereais, entre outros
produtos agrícolas, para secar, malhar ou limpar. A outra origem para eira é brasileira, registrada em "O guia dos curiosos: língua portuguesa", de Marcelo Duarte. No período colonial, a eira compunha as casas das famílias ricas de origem portuguesa, também chamadas
marquises, construídas na parte superior das casas para protegê-las da chuva. As eiras também cumpriam uma
função social, uma vez que proporcionavam um local onde podiam decorrer
cerimónias ou eventos públicos, tais como
bailes ou
missas.
Em
Portugal, em particular no norte do país, é frequente encontrar
espigueiros a rodear as eiras, pois eram nestes lugares que os cereais eram armazenados. A importância da eira na vida das populações rurais era de tal forma evidente, que a palavra deu origem a vários
topônimos.