A
etnografia (do
grego έθνος,
ethno - nação, povo e
γράφειν,
graphein - escrever) é por excelência o método utilizado pela
antropologia na coleta de dados. Baseia-se no contato inter-subjetivo entre o antropólogo e o seu objeto, seja ele uma
tribo indígena ou qualquer outro grupo social sob o qual o recorte analítico seja feito.
A base de uma pesquisa etnográfica é o trabalho de campo. Neste caso, este trabalho de campo se dá por meio do contato intenso e prolongado (que pode durar até mesmo mais de um ano) do pesquisador com a cultura do grupo para descobrir como se organizam seu sistema de significados culturais. O etnógrafo pode ser considerado um instrumento humano. Com um problema de pesquisa, uma teoria de interação ou de comportamento social e uma variedades de guias conceituais em mente, o etnógrafo se envereda em uma cultura ou situação social para explorar, coletar e analizar dados. O trabalho de campo, de muitas formas, é mais complicado que um estudo de laboratório, mas também pode ser muito compensador.
Bronislaw Malinowski, na introdução de seu clássico estudo
Os Argonautas do Pacífico Ocidental (publicado em
1922), marcou a história da antropologia moderna ao propôr uma nova forma de etnografia, envolvendo detalhada e atenta
observação participante, apesar de Malinowski nunca ter utilizado o termo. Sob sua trilha vieram outras etnografias clássicas, como
Naven de
Gregory Bateson,
Nós, os Tikopia de Raymond Fyrth.