Em música, uma
fuga é um
estilo de composição
contrapontista,
polifônica e imitativa, de um tema principal, com sua origem na
música barroca. Na composição musical o tema é repetido por outras vozes que entram sucessivamente e continuam de maneira entrelaçada. Começa com um tema, declarado por uma das vozes isoladamente. Uma segunda voz entra, então, "cantando" o mesmo tema mas noutra tonalidade, enquanto a primeira voz continua desenvolvendo com um acompanhamento contrapontista. As vozes restantes entram, uma a uma, cada uma iniciando com o mesmo tema. O restante da fuga desenvolve o material posterior utilizando todas as vozes e, usualmente, múltiplas declarações do tema. Estas técnicas estilísticas todas, típicas de várias peças de
J. S. Bach, das suas
invenções, das
aberturas, nas
partitas,
tocatas, e especialmente usada nas
fugas, deram-se origem primeiramente na forma musical chamada de
cânone, mas que Bach elabora mais ainda, explorando a
fuga com a forma de
variações sobre o tema, variando o tom, o ritmo e especialmente a voz, com uso de imitação, assim como com uso de tema retrógrado, de inversão do tema, ou espelhando-o, modulando-o, expandindo-o, sintetizando-o, ou transpondo-o, enfim, utilizando ao máximo exaustivo das demais técnicas da forma de tema e variação na
fuga, que, como o próprio nome já indica, constitui-se como se cada voz ou parte estivesse fugindo uma da outra, enquanto conduz o tema ou um de seus contrapontos (cada voz perseguindo todas as pequenas partes do tema espalhados pela música), com cada uma de suas diversas variações.
A
fuga evoluiu durante o
século XVIII, a partir de várias composições contrapontísticas:
ricercares,
caprichos,
canzonas, fantasias. Compositores do
barroco intermediário e final, tais como
Dieterich Buxtehude (1637–1707) e
Johann Pachelbel (1653–1706) fizeram grandes contribuições para o desenvolvimento da fuga e o gênero atingiu o ápice de sua maturidade nas obras de
Johann Sebastian Bach (1685-1750). Com o declínio de estilos sofisticados do
contraponto no fim do Período Barroco, a popularidade da
fuga como um estilo de composição enfraqueceu-se, eventualmente abrindo o caminho para a
forma-sonata. Contudo, compositores de
1750 até o dia de hoje continuam a escrever e estudar a fuga com vários propósitos; elas aparecem no trabalhos de
Wolfgang Amadeus Mozart na dupla fuga barroca, que já fora usada antes por Bach e
Haendel (ie. no "Kyrie Eleison" do
Réquiem em Ré menor-1791), e
Beethoven (i.e. no fim do "Credo" da
Missa Solemnis-1822), e muitos outro compositores como,
Anton Reicha (1770–1836),
Dmitri Shostakovich (1906–1975) escreveram ciclos completos de fugas.
Felix Mendelssohn (1809–1847) também foi um compositor prolífico de fugas que mantêm um forte vínculo com o estilo de Bach e ainda assim soam novas e originais. As fugas de
Mozart também são tão, ou mesmo mais, aderentes ao estilo barroco quanto as de Mendelssohn.
A palavra
fuga vem do
latim fugare (perseguir) e
fugere (fugir). As variações incluem:
fughetta (uma pequena fuga) e
fugato, uma obra ou seção parecendo uma fuga sem, necessariamente, aderir às regras de formação de uma fuga. A forma adjetiva de
fuga é
fugal.