Glicólise (do grego antigo "γλυκύς" (
glykýs), adocicado e "λύσις" (lýsis), quebra, degradação) é a sequência
metabólica composta por um conjunto de dez reações
catalizadas por enzimas livres no citosol, na qual a
glicose é oxidada produzindo duas moléculas de
piruvato, duas moléculas de
ATP e dois equivalentes reduzidos de NADH
+, que serão introduzidos na
cadeia respiratória ou na
fermentação. A glicólise é uma das principais rotas para geração de ATP nas células e está presente em todos os tipos de tecidos.
A glicose tem sua importância também por ser fonte de energia para todos os tipos de células de mamíferos, além de ser fonte exclusiva de energia para as hemácias. O eritrócito maduro não apresenta mitocôndrias, sendo assim obtêm sua energia a partir da glicose por duas principais vias: via glicolítica anaeróbia (Embeden-Meyrhof) que envolve 90% da degradação da glicose até lactato, e a via das pentoses fosfato ou derivação da hexose monofosfato, ou ainda via do fosfogliconato.
A importância da glicólise em nossa economia energética é relacionada com a disponibilidade de glicose no sangue, assim como com a habilidade da glicose gerar
ATP tanto na presença quanto na ausência de oxigênio. A glicose é o principal
carboidrato em nossa dieta e é o açúcar que circula no sangue para assegurar que todas as células tenham suporte energético contínuo. O cérebro utiliza quase exclusivamente glicose como combustível. A
oxidação de glicose a
piruvato gera ATP pela
fosforilação (a transferência de fosfato de intermediários de alta energia da via do ADP) a nível de
substrato e
NADH. Subsequentemente, piruvato pode ser oxidado a CO
2 no
ciclo de Krebs e ATP gerado pela transferência de elétrons ao oxigênio na
fosforilação oxidativa. Entretanto, se o piruvato e o NADH gerados na glicólise forem convertidos a
lactato (
glicólise anaeróbica), ATP pode ser gerado na ausência de oxigênio, através da fosforilação a nível de substrato.