O nome alternativo de
ilhas do Estanho resulta da notícia de que as ilhas seriam ricas em minas de
estanho, das quais proviria aquele metal introduzido nas cidades do
Mediterrâneo por mercadores
fenícios e
cartagineses. Na realidade a origem do estanho seria a
Grã-Bretanha, daí a confusão com aquelas ilhas, sendo possível que o porto da
ilha de Iktis, o principal centro do comércio do estanho no tempo dos fenícios, fosse na actual
ilha de Wight ou nas
ilhas Scilly.
Com base nas descrições remanescentes da época fenícia, o antigo
geógrafo grego
Estrabão (c.
63 a.C. a c.
24 d.C), na sua obra
Geographica, descreve as ilhas da seguinte forma:
- As Cassitérides são dez em número e situam-se próximas umas das outras, distantes para norte no Oceano ao largo do porto do Ártabro (em latim: Portus Magnus Artabrorum). Uma das ilhas é desabitada, sendo as restantes povoadas por gente que veste mantos negros sobre túnicas cintadas, que se alongam até aos seus pés, e caminha apoiada em longos cajados, de forma que parecem personificações das Erínias das tragédias representadas nos nossos teatros. A maioria vive como pastores, cuidando dos seus rebanhos. Mas também exploram minas, das quais extraem estanho e chumbo, que os mercadores adquirem em troca de couros, cerâmicas, sal e vasos de cobre. Muito antes da nossa época, os fenícios eram os únicos que negociavam com eles, mantendo secretas as rotas que conduzem àquelas ilhas.