Império Inca (
Tawantinsuyu em
quíchua) foi um
Estado criado pela civilização inca, resultado de uma sucessão de
civilizações andinas e que se tornou o maior
império da
América pré-colombiana. A administração política e o centro de forças armadas do império ficavam localizados em
Cusco (em quíchua, "
Umbigo do Mundo"), no atual
Peru. O império surgiu nas terras altas peruanas em algum momento do século XIII. De 1438 até 1533, os incas utilizaram vários métodos, da conquista militar à assimilação pacífica, para incorporar uma grande porção do oeste da
América do Sul, centrado na
Cordilheira dos Andes, incluindo grande parte do atual
Equador e Peru, sul e oeste da
Bolívia, noroeste da
Argentina, norte do
Chile e sul da
Colômbia.
O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o
quíchua. Outro idioma que se destacava era a
língua aimará, de uma das principais etnias componentes, os
aimarás. O nome quíchua para o império era Tawantinsuyu, que pode ser traduzido como as quatro regiões ou as quatro regiões unidas. Antes da reforma ortográfica era escrita em
espanhol como
Tahuantinsuyo.
Tawantin é um grupo de quatro partes (
tawa significa "quatro", com o sufixo -
ntin que nomeia um grupo);
Suyu significa "região" ou "província". O império foi dividido em quatro
Suyus, cujos cantos faziam fronteira com a capital, Cusco (
Qosqo).
Darcy Ribeiro considera esse padrão de organização social, que denomina de "império teocrático do regadio", semelhante aos formados há mais ou menos dois mil anos na região
Mesopotâmia ou às
civilizações que se desenvolveram na
Índia e
China mil anos depois e às civilizações
Maias e
Astecas na
Mesoamérica. Segundo Ribeiro, esse tipo de formação imperial caracteriza-se pela tecnologia de
irrigação (
regadio), desenvolvendo sistemas de engenharia hidráulica, agricultura irrigada (exceção talvez dos Maias que apenas possuíam o domínio do transporte das águas), metalurgia do cobre e bronze, técnicas de construção (com deslocamento e cortes de pedras até hoje desconhecidos), notação numérica (
quipos), escrita ideográfica (no caso dos astecas) e técnicas de comunicação. Devido ao seu governo centralizado, a organização social do império inca é frequentemente comparada àquela idealizada por governos
socialistas.