A
Mata Atlântica é um
bioma de
floresta tropical que abrange a costa leste, sudeste e sul do
Brasil, leste do
Paraguai e a província de
Misiones, na
Argentina. Seus processos ecológicos evoluíram a partir do
Eoceno, quando os
continentes eram relativamente dispostos como estão hoje. A região é ocupada por seres humanos há mais de 10 000 anos. A partir da colonização europeia, e principalmente, no
século XX, a Mata Atlântica passou por intenso desmatamento, restando menos de 10% da cobertura vegetal original.
É um grande centro de
endemismo e suas formações vegetais são extremamente heterogêneas, indo desde campos abertos em regiões montanhosas até florestas chuvosas perenes nas terras baixas do litoral. A fauna abriga diversas espécies endêmicas, e muitas são carismáticas, como o
mico-leão-dourado e a
onça-pintada. O
WWF dividiu a Mata Atlântica em 15
ecorregiões, visando manter ações mais regionalizadas na conservação, já que o grau de desmatamento e as ações conservacionistas são específicas para cada região abrangida pelo bioma.
Atualmente, menos de 10% da cobertura original existe, a maior parte em pequenos fragmentos de floresta secundária. No
Brasil, restam cerca de 7% (a maior parte na
Serra do Mar), no
Paraguai, cerca de 15 na
Argentina, 45% da vegetação. Na conservação da Mata Atlântica brasileira, a criação de dois
corredores ecológicos ligando os principais remanescentes de floresta no sul da
Bahia e norte do
Espírito Santo (Corredor Central) e os fragmentos na região da Serra do Mar e da
Serra dos Órgãos (Corredor da Serra Mar) são de suma importância na conservação da
biodiversidade. Os remanescentes do Paraguai e Argentina fazem parte de uma estratégia trinacional de conservação, com a criação de corredores unindo as principais unidades de conservação desses países e outras quatro unidades de conservação do Brasil. Na
Argentina, restam cerca de 10 000 km², o que representa o maior trecho contínuo de "Mata Atlântica do Interior". A
Lei do Corredor Verde é uma tentativa de resguardar legalmente esses trechos de floresta na Argentina. No
Paraguai, o desmatamento se deu principalmente a partir da década de 1990 e as unidades de conservação são poucas e na maior parte particulares. Apesar do alto grau de desmatamento, a região da Mata Atlântica é a que mais possui unidades de conservação na
América Latina, apesar de muitas serem pequenas e insuficientes.