Os
fósseis (palavra derivada do termo latino
fossilis que significa "desenterrado" ou "extraído da terra") são restos de
seres vivos ou evidências de suas atividades biológicas preservados em diversos materiais. Essa preservação ocorre principalmente em
rochas, mas pode ocorrer também em materiais como
sedimentos,
gelo,
piche,
resinas,
solos e
cavernas e os exemplos mais citados são
ossos e
caules fossilizados,
conchas,
ovos e
pegadas. A
Paleontologia é a principal disciplina científica que utiliza fósseis como objeto de estudo, instaurada com a aceitação dos trabalhos de
Georges Cuvier. Nessa área do conhecimento, os fósseis fornecem dados importantes quanto a
evolução biológica,
datação e reconstituição da história geológica da Terra.
A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil, o qual contém inúmeros restos e vestígios fossilizados dos mais variados seres do passado geológico da Terra. Porém, apenas uma porcentagem ínfima das
espécies que já habitaram a Terra preservou-se na forma de fósseis, já que a fossilização é considerada um fenômeno excepcional por contrapor-se aos processos naturais de
decomposição e o
intemperismo. Logo, as partes esqueléticas
biomineralizadas, mais duras e resistentes à decomposição e à
erosão, tais como
dentes, conchas,
carapaças e ossos, é bem mais frequente e, por isso, a esmagadora maioria do registo fóssil é constituída por fósseis deste tipo de restos biológicos. Entretanto, restos orgânicos mais delicados e perecíveis também podem fossilizar. A preservação de
matéria orgânica ou de restos esqueléticos delicados, uma vez que estes se decompõem e são destruídos rapidamente, requer condições de fossilização fora do comum que, por serem especiais, ocorrem na natureza mais raramente. Isso implica que fósseis de restos destes tipos não sejam frequentes. Em qualquer das circunstâncias, para que os restos de um qualquer ser vivo fossilizem, é fundamental que estes sejam rapidamente cobertos por um material que os preserve, geralmente sedimento.
Segundo algumas fontes, somente os restos ou vestígios de seres com mais de 11.000 anos seriam considerados fósseis. Este tempo, calculado pela última
glaciação, é a duração estimada para a
época geológica do
Holoceno ou recente. Quando os vestígios ou restos possuem menos de 11.000 anos, seriam denominados de
subfósseis. Entretanto, outros autores, consideram que um fóssil é todo e qualquer resto ou vestígio de seres vivos do passado preservado em contexto geológico, independentemente da sua idade. De acordo com estes
paleontólogos, fixar uma qualquer data para se poder considerar se algo é ou não um fóssil é arbitrário. Por outro lado, sendo o
Holocénico (menos de 11.700 anos) parte do registo geológico, os restos orgânicos contidos em materiais holocénicos deverão ser considerados fósseis. Ou seja, o que determina o fóssil é a ocorrência conjunta de um resto identificável com origem biológica num contexto geológico, independentemente do seu tipo e da sua idade.