O
rei das coisas sagradas,
rei dos ritos sagrados ou
rei dos sacrifícios era um sacerdote da
Roma Antiga. As origens deste cargo remontam ao fim da
monarquia: tendo desaparecido os reis, a dignidade religiosa destes (que eram entendidos como sumo sacerdotes da nação) não foi transferida para os magistrados, mas para a figura do rei dos sacrifícios. O cargo caiu em desuso durante o período das guerras civis do final da
república, tendo sido reavivado pelo primeiro
imperador romano,
Augusto.
O rei dos sacrifícios era nomeado pelo
pontífice máximo (
pontifex maximus), sendo de origem
patrícia. Exercia o cargo vitaliciamente, não estando autorizado a exercer cargos de natureza militar ou civil. Tinha que ser filho de pais casados pela cerimónia da
conferratio e ele próprio só se poderia casar desta forma.
Teoricamente o seu estatuto era superior ao do pontífice máximo, mas inferior do ponto de vista religioso e de influência directa. O rei dos sacrifícios eram responsável por praticar os
sacra publica (cerimónias religiosas feitas em nome da comunidade dos cidadãos) em determinados dias do
calendário romano, estando presente nos festivais dos
Agonália e Regifúgio. A sua esposa, a
rainha das coisas sagradas (
regina sacrorum), também realizava funções sacerdotais nas mesmas ocasiões que o esposo.