Uma
ribozima é uma
molécula de
ARN com capacidade auto-catalítica semelhante às
enzimas. O termo ribozima, em si, deriva da combinação das palavras en
zima de ácido
ribonucleico. As ribozimas são moléculas de ARN que possuem a capacidade de atuar como catalisadores,ou seja, de diminuir a energia de ativação de uma reação de forma específica. Tal como as enzimas
proteicas, possuem um
centro activo que se une especificamente a um substrato e que facilita a sua conversão num produto. As ribozimas são menos versáteis que as enzimas protéicas.
Em
1981 descreveu-se pela primeira vez este fenómeno, no
ciliado Tetrahymena, observando-se como uma
sequência intrónica de um
ARNr era capaz de sofrer cisão sozinha, sem a intervenção de uma
enzima proteica. Muitas ribozimas são
intrões com capacidade de autoprocessamento, isto é, são capazes de se autoeliminar unindo os dois
éxons adjacentes. Os íntrons autoprocessadores são singulares no sentido de que normalmente só atuam uma vez e se destrói a sua atividade, pelo qual não cumprem todos os requisitos que definem un catalisador.
Foram já descritas ribozimas em
vírus, em
procariotas e em
eucariotas. Existem ribozimas implicadas em diversas e importantes reações celulares; destacam-se entre elas o processamento ou maturação do ARN e a síntese de proteínas (uma das moléculas de ARNr componentes do
ribossoma catalisa a ligação peptidica, ou união dos aminoácidos). A descoberta destas moléculas de ARN com capacidade catalítica, abre luz sobre a questão da origem da vida biológica. Podemos pensar que foram moléculas de ARN, ou parecidas, com capacidade de se autoreplicarem, as precursoras da vida. Estas hipotéticas replicases de ARN haveriam evoluído até originar a
célula.