O
sertanismo é uma atividade exercida por sertanistas, exploradores que se aventuram pelo interior do
sertão brasileiro, em busca de conquistas, riquezas ou com interesses sobre beleza natural. No
período colonial brasileiro, eram normalmente chamados de
bandeirantes e foram os principais responsáveis pela extensão das fronteiras do país, fazendo-as chegar à sua configuração atual. Eram considerados
violentos, fazendo invasões
armadas e saqueando o que podiam. Costumavam sequestrar os moradores das vilas e aldeias que saqueavam, sobretudo mulheres e crianças indígenas. Seus interesses em tais sequestros era utilizar-se da mão de obra dessas pessoas para a
agricultura. Os sertanistas e bandeirantes equivalem aos "batedores" (
scouts) da
América do Norte.
Já no
século XX, a palavra 'sertanista' passa a designar o indivíduo que conhece profundamente a parte do território mais afastada das áreas urbanizadas e ainda não colonizada pelos 'brancos'. Nessa acepção, o
Marechal Rondon pode ser considerado um grandes sertanista. A partir dos anos 1940, após a instituição do Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI), através do Decreto nº. 1.794, de 22 de novembro de 1939, as práticas sertanistas passaram a ser questionadas por
antropólogos como
Heloísa Alberto Torres,
Darcy Ribeiro,
Roberto Cardoso de Oliveira,
Eduardo Galvão, que passaram a influir na formulação das políticas
indigenistas brasileiras. Embora considerassem inevitável a integração dos índios à sociedade nacional, esses antropólogos defendiam que o órgão indigenista não se comprometesse a estimular este processo. Na nomenclatura de cargos da
Funai, no entanto, a denominação 'sertanista' permanece.