Temperamento designa em
psicologia um aspecto especial da
personalidade: as particularidades do
indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente ligadas aos "três As da personalidade": afetividade, atividade (excitação) e atenção. A conceituação de temperamento é no entanto difícil e se confunde muitas vezes com outros conceitos como traços de personalidades e
motivos.
Por muitos traços de temperamento estarem ligados a tendências
disposicionais da pessoa de vivenciar determinadas
emoções ou
humores de maneira relativamente intensa ou frequente, definiram-no alguns autores (Wundt, Allport, Mehrabian) com base em tais disposições. No entanto tal definição mostra-se restrita, por não incluir traços como hiperatividade, atenção, perseverança, tradicionalmente vistos como parte do temperamento. Rothbart e Bates (1998) fazem todas as diferenças de temperamento derivarem dos três As - afetividade, ativação (excitação) e atenção. Buss e Plomin (1984) especificaram ainda mais essa definição: para eles temperamento é o conjunto de traços de personalidade (i) observáveis desde os primeiros anos de vida, (ii) influenciados em grande parte geneticamente e (iii) estáveis a longo prazo. Também essa definição não é plenamente satisfatória, por não diferenciar os traços de temperamento de outros traços de personalidade. Apesar da dificuldade com respeito à definição do termo, reina unanimidade quanto ao fato de
inteligência e
capacidades e
interesses culturais não fazerem parte dela.
O termo também é usado em linguagem comum - ou seja, no âmbito da
psicologia do senso comum - muitas vezes como sinônimo de personalidade,
caráter ou índole. Esse uso na linguagem quotidiana dificulta ainda mais a definição do termo.